Se os Estados Unidos e seus aliados bombardearem a Síria para punir a ditadura de Bachar Assad pelo uso de armas químicas na guerra civil do país, a resposta pode ser um ataque contra Israel, advertiu ontem o ex-secretário adjunto do Ministério da Informação, Khalaf Muftah, alto dirigente do partido Baath. Em entrevista de rádio, ele afirmou que Damasco acredita que "Israel estará por trás de qualquer agressão do Ocidente e portanto estará sob fogo".
"Temos armas estratégicas e capacidade de resposta", afirmou o dirigente baathista. "Normalmente, as armas estratégicas estão apontadas para Israel".
A ameaça é de uma conflagração generalizada no Oriente Médio: "Se os EUA ou Israel cometerem o erro de tirar vantagem da questão sobre armas químicas, a região vai pegar fogo. Isso vai afetar não só a segurança da região, mas do mundo".
O Irã também advertiu os EUA, que admitem usar a força para impedir a república dos aiatolás de fazer a bomba atômica, mas o comandante da milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária, Mohamad Reza Naqji, fez uma análise equivocada: "Os americanos são incapazes de começar uma nova guerra na região por falta de condições econômicas e morais".
Depois de afirmar que "nenhum ataque será realizado contra a Síria", um membro da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã, Hossein Sheikholeslam, alertou que, "se tal incidente acontecer, o regime sionista será a primeira vítima".
Israel não acredita que a Síria abra uma nova frente de combate, mas está tomando as precauções devidas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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