Durante os 81 dias em que ficou preso num centro de detenção clandestino da polícia secreta da ditadura comunista da China, o artista plástico e dissidente político Ai Weiwei temeu a morte, noticia a TV pública britânica BBC.
Ai foi detido em 6 de abril, no aeroporto de Beijim, quando tentava sair do país, sob a acusação de não pagar impostos. O regime comunista temia uma revolta popular com as que sacudiram o mundo árabe.
O mais famoso artista plástico chinês, que ajudou a projetar o Ninho do Pássaro, principal estádio da Olimpíada de 2008, passou quase três meses numa cela de quatro metros de largura por quatro metros de comprimento, sem janela. Para ser libertado, prometeu ficar em silêncio. Mas seus amigos começam a revelar essa história sinistra.
As autoridades chinesas afirmam que o artista confessou a sonegação fiscal. Ele nega. Em nenhum momento, admitiu ter cometido qualquer ilegalidade. Seus carcereiros chegaram a dizer, de acordo com o relato dos amigos do dissidente, que não havia "base legal" para a prisão, mas que eles poderiam fazer o que quisessem com ele.
Dois soldados o vigiavam o tempo todo, dentro da cela. Ai precisa saudar seus carcereiros e lhes pedir licença até mesmo para tomar água e ir ao banheiro. Ele descreveu a situação como "a mais dura em que um ser humano pode estar". A cada minuto, Ai Weiwei se sentia "perto da morte".
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