sábado, 5 de agosto de 2017

Mercosul suspende Venezuela por "ruptura da ordem democrática"

Em reunião de chanceleres realizada hoje em São Paulo, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) decidiu por unanimidade suspender a participação da Venezuela por violar a cláusula democrática do bloco comercial.

A medida tem poucas consequências práticas. A Venezuela estava excluída do Mercosul desde o fim do ano passado por não ter internalizado as regras do bloco onde entrou pela janela em 2012.

Na época, numa manobra oportunista, as então presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, aproveitaram a suspensão do Paraguai por causa do impeachment do presidente Fernando Lugo sem direito de defesa para colocar a Venezuela no Mercosul.

A Venezuela tinha pedido associação em 2006, mas o Congresso do Paraguai nunca ratificou o ingresso. Ao contrário do que acontece em blocos regionais de sucesso como a União Europeia, a Venezuela não negociou previamente a adesão às regras do bloco comercial. Isso foi usado pelos governos direitistas de Mauricio Macri, na Argentina, e Michel Temer, no Brasil, para suspender a Venezuela em 2016.

Agora, houve "ruptura da ordem democrática". A Venezuela só volta ao bloco quando acabar a ditadura imposta pela Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima convocada pelo ditador Nicolás Maduro.

"Na Venezuela, não há democracia e sem democracia não se faz parte do Mercosul", declarou o chanceler argentino, Jorge Faurie. "É uma sanção grave, de natureza política", comentou o ministro brasileiro, Aloysio Nunes Ferreira. "O objetivo é ter uma transição pacífica e a libertação de todos os presos políticos. Queremos que a Venezuela reencontre a democracia."

Aparentemente, o bloco perdeu a capacidade de mediar a crise venezuelana.

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