quinta-feira, 30 de março de 2017

Presidente impedida é presa por corrupção na Coreia do Sul

Três semanas depois de ser deposta num processo da impeachment referendado pelo Supremo Tribunal da Coreia do Sul, a ex-presidente Park Geun Hye foi presa hoje sob as acusações de receber suborno e abusar do poder.

O escândalo político envolve tráfico de influência de uma amiga íntima que usou a proximidade com a presidente para extorquir dinheiro das maiores empresas sul-coreanas, inclusive a maior de todas a Samsung. O herdeiro e diretor executivo da companhia, Lee Jae Yong, também está preso.

Para o juiz Kang Bu Yeong, do Tribunal Distrital do Centro de Seul, Park, de 65 anos, precisa ficar presa para não destruir provas e obstruir a Justiça. Ela é acusada de ajudar a amiga Choi Soon Il a extorquir doações das grandes empresas do país em troca de favores políticos.

A Samsung, por exemplo, pagou para facilitar a aprovação de uma fusão de duas subsidiárias sem correr risco de ser acusada de monopólio por agentes reguladores da livre concorrência. Tanto o herdeiro da Samsung quanto a ex-presidente negam qualquer culpa.

Park é filha mais velha do ditador Park Chung Hee, o presidente que governou a Coreia do Sul por mais tempo, de 1961 a 1979, quando foi assassinado. Ele foi o pai do milagre econômico que transformou a Coreia do Sul num dos pouquíssimos países a vencer o subdesenvolvimento no século 20.

Neste processo, a Coreia do Sul criou grandes conglomerados industriais de grande poder político (chaebol, no singular), como a Samsung e a Hyundai. Como no Brasil, a corrupção é endêmica no sistema político sul-coreano. O impeachment e o julgamento de Park são um avanço civilizatório da democracia no Leste da Ásia.

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