Depois do pior dia em mais de dois anos no mercado financeiro, o Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 3,98% e voltou ao nível de 11 mil, puxando a Bolsa de Valores de São Paulo, que teve alta de 5,1%, recuperando parte das perdas de 8,08% ontem.
Diante da situação de pânico e da falência dos sistemas políticos dos Estados Unidos e da Europa na resposta à crise, o mercado se voltou para a Reserva Federal (Fed), o banco central americano, onde o Comitê de Mercado Aberto se reuniu hoje.
O Conselho da Reserva Federal divulgou nota reconhecendo a deterioração da atividade econômica nos últimos meses. Prometeu manter suas taxas básicas de juro perto de zero até meados de 2013.
No primeiro momento, o Índice Dow Jones caiu 250 pontos. Com os juros perto de zero, restaria ao Fed lançar um terceiro programa de compra de títulos públicos para jogar mais dólares no mercado.
De novembro de 2010 a junho de 2011, o banco central americano comprou papéis do Tesouro no valor de US$ 600 bilhões. Isso provocou protestos do Brasil e da China, que viram uma manobra para desvalorizar o dólar e aumentar a competitividade das exportações americanas.
Como os EUA estão em crise, parte desse dinheiro acabou indo para mercados emergentes, onde os juros e as expectativas de crescimento são maiores. É uma das razões da forte valorização do real diante do dólar.
O Fed decidiu não comprar mais títulos públicos. Isso desanimou os investidores, que não veem de onde virá o estímulo para a retomada do crescimento da economia americana.
Por outro lado, se o banco central dos EUA interviesse mais uma vez, alguns analistas suspeitariam que a situação econômica é muito pior, na linha de raciocínio de que "eles sabem de algo ruim que eu não sei". E a bolsa de Wall Street retomou o crescimento.
Apesar da recuperação parcial, o índice Bovespa registra baixa de 13% no mês.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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