Cerca de 54% dos 3,26 milhões de eleitores libaneses votaram neste domingo para eleger uma nova Assembléia Nacional com 128 deputados. Ao contrário das previsões, a aliança governista, apoiada pelos Estados Unidos e a Arábia Saudita, venceu a oposição liderada pela milícia fundamentalista xiita Hesbolá, apoiada pelo Irã e a Síria.
O governo elegeu 71 deputados e a oposição, 57.
Diante da perspectiva de vitória da coligação pró-Síria, o vice-presidente americano, Joe Biden, chegou a ameaçar com o corte da ajuda dos EUA ao Líbano. O resultado é sobretudo uma derrota do Hesbolá, que acreditava ter aumentando seu cacife eleitoral substancialmente ao resistir à ofensiva israelense de 12 de julho a 14 de agosto de 2006 e pretendia ter esse poder legitimado nas urnas.
A coligação vencedora é liderada pelo deputado Saad Hariri, filho do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, assassinado há quatro anos num atentado terrorista atribuído a um dos serviços secretos sírios, e pelo atual primeiro-ministro, Fouad Siniora.
Do outro lado, estão o Hesbolá, chefiado pelo xeque Hassan Nasrallah, a milícia xiita Amal, liderada pelo presidente do parlamento, Nabih Berri, e até mesmo o general cristão Michel Aoun, que foi para o exílio com a derrota na guerra civil libanesa (1975-90) e voltou aliado de seus ex-inimigos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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