Nos quatro minutos antes de desaparecer dos radares e cair no Oceano Atlântico, o Airbus voo 447 da Air France na rota Rio-Paris mandou 24 mensagens automáticas comunicando problemas técnicos.
Um especialista supôs que o avião tenha sofrido uma pane catastróficas às 23h10, 10 minutos depois de entrar numa zona de turbulência, e caído, enviando os sinais durante a queda, que teria durado ao todo quatro minutos até o Airbus afundar no oceano.
A Marinha do Brasil noticiou hoje a descoberta dos primeiros dois corpos de vítimas da tragédia.
A primeira mensagem indicaria que o leme estava avariado, o que tornaria o avião ingovernável. As autoridades da França negam esta possibilidade.
Há seis dias, os investigadores franceses tentam interpretar a sequência de 24 mensagens automáticas. Elas revelam sucessivas panes nos computadores de bordo. A mais importante é a que mostra que os três sensores de velocidade instalados na fuselagem externa do airbus 330 estimavam três velocidades diferentes em um mesmo momento.
Esta divergência pode ter ocasionado o desligamento de uma série de equipamentos de controle do voo, inclusive o piloto automático.
O responsável pela investigação, Paul Louis Arslanian, revelou que a fabricantes do Airbus recomendou a substituição dos sensores de velocidade nos aviões A330, mas isso ainda não havia sido feito no avião que fazia o voo 447.
Diante da constatação de que o equipamento de bordo sofreu várias panes, neste momento da investigação, a possibilidade de terrorismo passa a ser menos provável.
Depois de 24 anos na chefia do escritório de investigações sobre segurança aeronáutica da França, Arslanian é extremamente prudente. Não descarta nenhuma possibilidade antes do fim da investigação.
Agora, o maior desafio agora é recuperar as caixas pretas onde estão registradas as duas últimas horas de conversas na cabine de pilotagem e mais de mil procedimentos técnicos do avião.
Arslanian deu uma medida da dificuldade desta missão ao mostrar o pequeno sensor de pouco mais de dez centímetros de comprimento que fica colado nas caixas pretas e é responsável por emitir o sinal sonoro que poderá ser identificado na operação de busca.
"É este pequeno objeto que estamos procurando no meio do oceano", mostrou o investigador. Aviões-radares, navios e submarinos da França participam da operação.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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