O Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou hoje que o presidente Mahmoud Ahmadinejad obteve uma "vitória definitiva" na eleição presidencial de 12 de junho.
Numa ameaça à oposição, Khamenei exigiu o fim dos protestos de rua e advertiu para o risco de caos e derramamento de sangue.
Depois de seis dias de protestos denunciando fraude eleitoral e de ataques noturnos de uma milícia regime fundamentalista iraniano, o Supremo Líder resolveu dar a palavra final sobre a eleição.
Khamenei fez a oração desta sexta-feira, dia da folga religiosa semanal dos muçulmanos, na Universidade de Teerã, um dos alvos da milícia governista Basij. A mesquita estava cheia de partidários de Ahmadinejad, que reapareceu depois de vários dias.
No sermão, o aiatolá declarou que "o resultado da eleição vem das urnas e não das ruas". Acrescentou que "a confiança do povo é o maior patrimônio da revolução islâmica, que nunca vai enganar o povo nem trair sua vontade".
Diante de uma multidão aos urros de "morte aos Estados Unidos" e "morte a Israel", ele acusou os EUA, o Reino Unido e Israel de tentarem desmoralizar a república islâmica. Argumentou ainda que é impossível fraudar o resultado de uma eleição vencida por uma vantagem de 11 milhões de votos.
O Conselho dos Guardiães da Revolução convocou os três oposicionistas para uma reunião amanhã em que vai responder às 464 denúncias feitas por eles.
Até agora, o principal candidato da oposição, o ex-primeiro-ministro Mir Hussein Mussavi, não se manifestou publicamente. Os sítios de Internet da oposição continuam convocando uma grande manifestação de protesto para amanhã.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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