Ao tentar desobstruir uma estrada a força, a polícia do Peru entrou em choque com índios que protestavam contra a concessão de riquezas naturais da Amazônia para exploração por empresas estrangeiras, em Bagua, a 1,4 mil quilômetros de Lima.
Pelo menos nove policiais, dois jornalistas e 20 índios morreram. Alguns jornais peruanos falam em 25 índios mortos. A ministra do Interior, Mercedes Cabanillas, pediu a decretação de toque de recolher na região e acusou o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso de se infiltrar no movimento indígena.
Há meses os índios protestam contra a presença de empresas estrangeiras em suas terras ancestrais. O governo peruano alega que já definiu as áreas indígenas e pretende explorar o resto, a maior área de Floresta Amazônica fora do Brasil.
No fim do mês passado, os índios ameaçaram ocupar as ruínas da cidade histórica de Machu Picchu, principal atração turística do país. O conflito aconteceu quando a polícia tentou desbloquear uma estrada interrompida pelos índios.
Em Lima, o líder indígena Alberto Pizango acusou o governo peruano de genocídio e a polícia de usar helicópteros para atacar os manifestantes com tiros e bombas de gás.
O presidente Alan García alega que o governo teve de agir com energia para manter a ordem. Ele afirmou que "40 mil nativos não podem impor sua vontade sobre 28 milhões de peruanos" e acusou "falsos líderes e falsos índios" de instigarem a população mais pobre a tomar atitudes violentas e ilegais.
A Comissão de Defesa do Congresso do Peru convocou o primeiro-ministro Yehud Simon e a ministra do Interior para prestarem esclarecimentos sobre a tragédia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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