sexta-feira, 5 de junho de 2009

Brown resiste a pressão após derrota eleitoral

Diante de uma enorme pressão para renunciar, em meio a um escândalo de corrupção de gastos de deputados, depois da demissão de vários ministros e de uma derrota esmagadora do Partido Trabalhista nas eleições locais e regionais desta quinta, o primeiro-ministro Gordon Brown anunciou uma reforma ministrerial e prometeu permanecer no cargo "até concluir o trabalho".

É uma indicação de que pretende ficar pelo menos até as próximas eleições gerais, que precisam ser convocadas até junho de 2010. Os analistas apostam que cai antes.

Brown herdou há dois a chefia do governo e a liderança do partido de Tony Blair sem se submeter ao julgamento das urnas para ter legitimidade. Ameaçou convocar eleições, mas recuou e desde então vem caindo nas pesquisas de opinião.

No momento, ele tenta ganhar tempo para que as políticas de combate à crise econômica deem resultado. Quem ainda o apoia defende o primeiro-ministro como a pessoa mais capacitada para enfrentar a recessão mundial. Brown foi ministro das Finanças durante os 10 anos do governo Blair, mas uma de suas promessas foi acabar com os ciclos de euforia e depressão.

Para o eleitorado britânico, ele é pelo menos cúmplice da desregulamentação que aprofundou a crise.

Nesta quinta-feira, nas eleições locais, o Partido Conservador obteve 38% dos votos, os liberais-democratas 28% e os trabalhistas apenas 23%. No sábado, saem os resultados das eleições para o Parlamento Europeu.

Outra derrota vai aumentar a revolta da bancada contra Brown. Os deputados trabalhistas devem se reunir segunda-feira na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico para analisar a questão.

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