Às vésperas dos 20 anos do massacre na Praça da Paz Celestial, o regime comunista da China está censurando, blogs, o Twitter e até mesmo alguns endereços de correio eletrônico.
Em 1989, os estudantes chineses, sob a inspiração da abertura promovida por Mikhail Gorbachev na União Soviética, ocuparam a praça central de Beijim durante várias semanas para pedir liberdade e democracia, combate à corrupção no governo e o fim do monopólio de poder do Partido Comunista.
Na noite de 3 para 4 de junho daquele ano, o Exército Popular de Libertação atirou contra seu próprio povo, matando centenas, talvez milhares, de pessoas. Milhares saíram feridos.
O governo chinês tenta esconder essa história, parte de um momento crítico das reformas modernizantes, que tinham na época pouco mais de dez anos. Pragmaticamente, o líder supremo Deng Xiaoping optou pela estabilidade e autorizou o massacre.
Do outro lado, no debate interno da cúpula do PCC, estava o secretário-geral Zhao Ziyang, que foi à praça conversar com os estudantes. Zhao não os considerava perigosos para o Estado ou o partido.
Naquela luta, o primeiro-ministro linha dura Li Peng escreveu um editorial no Diário do Povo usando abertamente posições que Deng tinha lhe revelado reservadamente.
Foi um sinal para Zhao. Ele caiu em desgraça e morreu em prisão domiciliar há quatro anos mas deixou gravado um depoimento transformado num livro publicado agora, Prisioneiro do Estado.
Quando chegou para uma reunião na casa de Deng que esperava ser privada, Zhao encontrou reunida toda a liderança do partido. Naquele momento, Zhao entendeu que tinha perdido a batalha. Foi acusado de dividir o partido e alegou que não seria o secretário-geral do PCC que mandaria o Exército atirar nos estudantes.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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