quinta-feira, 27 de abril de 2017

Venezuela de Maduro deixa OEA e se isola ainda mais

Por orientação do presidente Nicolás Maduro, cada vez mais acuado e isolado, a Venezuela vai deixar a Organização dos Estados Americanos (OEA) para evitar qualquer tipo de "intervencionismo", anunciou ontem a ministra do Exterior, Delcy Rodríguez, noticiou o jornal El Nacional. O processo deve durar 24 meses.

A chanceler venezuelana citou o exemplo de Cuba, excluída por causa da natureza antidemocrática do regime comunista, que descreveu como "revolucionário", e acusou uma "coalizão intervencionista" de agir para desestabilizar a Venezuela.

Com inflação de 800%, queda do produto interno bruto estimada em 19% no ano passado e desabastecimento generalizado, a Venezuela enfrenta a pior crise econômica de sua história recente.

Enquanto paga bilhões de dólares em juros de bônus da estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA) e dos títulos da dívida pública do país para evitar o calote, o governo Maduro não é capaz de garantir o suprimento de produtos básicos. Faltam papel higiênico, medicamentos, alimentos básicos, farinha de trigo, óleo comestível. Os venezuelanos ficam horas em filas em busca de preços menores ou produtos escassos.

Pelo menos 30 pessoas morreram na atual onda de protestos iniciada em 6 de abril depois que o Tribunal Supremo de Justiça tentou dissolver a Assembleia Nacional, dominada pela oposição, e usurpar seus poderes legislativos, impondo na prática uma ditadura de Maduro.

Sob pressão interna e externa, o presidente recuou, mas acusa a burguesia nacional de conspirar com potências estrangeiras, notadamente os Estados Unidos, para derrubar o regime chavista. Entre as medidas de "resistência", prometeu ampliar os chamados "coletivos", as milícias da revolução bolivarista, responsáveis por várias mortes nos últimos dias.

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