Dois símbolos da seleção multiétnica que deu à França seu único título de campeã mundial de futebol, Zinédine Zidane e Lilian Thuram, declararam voto no candidato independente Emmanuel Macron no segundo turno da eleição presidencial, em 7 de maio, anunciou a televisão francesa.
Quando a França foi eliminada da Euro 1996, o então líder da extrema direita e pai da atual candidata, Jean-Marie Le Pen, declarou: "Não tem nenhum francês nesse time." Dois anos depois, a mesma equipe seria consagrada e desfilaria em glória na Avenida dos Campos Elísios, em Paris.
Zidane, de origem árabe e argelina, é o maior jogador da história do futebol francês, capitão e autor de dois gols na vitória de 3-0 sobre o Brasil na final da Copa do Mundo de 1998 e vice-campeão do mundo em 2006. Hoje é treinador do Real Madrid.
"A mensagem hoje é a mesma de 2002", falou Zidane ontem em entrevista coletiva em Madri, lembrando a única vez anterior em que a extrema direita chegou ao segundo turno da eleição presidencial francesa. "Sou distante de todas essas ideias da Frente Nacional. Então, é preciso evitar isso ao máximo. Os extremos jamais são bons."
Lilian Thuram, de origem africana, nasceu em Guadalupe, uma colônia francesa no Mar do Caribe. Autor dos dois gols na vitória sobre a Croácia na semifinal da Copa de 1998, é o jogador que mais atuou pela seleção francesa: 142 vezes. Hoje dirige a Fundação Educação contra o Racismo.
"É preciso entender que a Frente Nacional é um partido de extrema direita. A partir do momento em que Marine Le Pen tenta explicar que é legítimo que haja uma hierarquia entre as pessoas na França e que os estrangeiros não tenham os mesmos direitos que os franceses... Isto é extremamente perigoso", afirmou Thuram na TV francesa.
Assim, ele acredita que "deve haver uma mobilização em massa para votar em Emmanuel Macron". O ex-jogador acusou quem pretende votar em branco ou anular o voto porque considera o candidato independente liberal demais em economia de "fazer o jogo da Frente Nacional".
Suas críticas se dirigiram principalmente ao candidato da frente França Insubmissa, de ultraesquerda, Jean-Luc Mélenchon, que teve mais de 7 milhões de votos (19,58%) em 23 de abril e se nega a apoiar Macron no segundo turno. Thuram aconselha seus eleitores a "deixar a emoção a decepção e a cólera para ir a caminho da razão".
As pesquisas dão vantagem a Macron por 60% a 40%.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sábado, 29 de abril de 2017
Zidane e Thuram defendem voto em Macron contra a Frente Nacional
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