quarta-feira, 26 de abril de 2017

Ex-presidente Sarkozy declara voto em Macron

Mais um líder do partido gaulista Os Republicanos, de centro-direita, adere à Frente Republicana antiextrema-direita e anuncia apoio à candidatura do ex-ministro da Economia Emmanuel Macron à Presidência da França. O ex-presidente Nicolas Sarkozy declarou hoje que vai votar em Macron no segundo turno, em 7 de maio de 2017.

"É uma escolha de responsabilidade que não significa de modo algum apoio a seu projeto", escreveu Sarkozy no Facebook, deixando claro que o objetivo é barrar a ascensão ao poder de Marine Le Pen, da neonazista Frente Nacional.

Ao mesmo tempo, Sarkozy defendeu uma mobilização de seu partido para vencer as eleições parlamentares: "No próximo mês de junho, por ocasião das eleições legislativas, os franceses terão de novo a possibilidade de fazer a escolha de uma verdadeira alternância dando seus sufrágios aos candidatos indicados pelo centro e pela direita."

Como o favorito Emmanuel Macron não tem partido, lançou há menos de um ano seu movimento Em Marcha para sustentar sua candidatura, é improvável que consiga maioria parlamentar para governar. Se Os Republicanos tiverem maioria na Assembleia Nacional, será obrigado a nomear um primeiro-ministro do partido de Sarkozy.

Os Republicanos poderiam ter vencido e se firmado mais uma vez como o maior partido da França, se não tivessem insistido na candidatura do ex-primeiro-ministro François Fillon, abalada por denúncias de que empregou a mulher e os filhos como funcionários-fantasmas do Senado.

Antes do escândalo, Fillon saiu da eleição primária republicana com 30% das preferências. Teria um caminho tranquilo até o Palácio do Eliseu. Mas o partido que dominou a política francesa durante a maior parte da 5ª República, fundada em 1958 pelo general Charles de Gaulle, deu um tiro no pé.

Assim, neste caso, não fazem sentido as análises sobre a decadência dos partidos tradicionais. Os gaulistas presidiram a França por 33 anos desde 1958, com De Gaulle, Georges Pompidou, Jacques Chirac e Sarkozy. Não há partido mais tradicional na política francesa e as eleições legislativas tendem a confirmá-lo como maior partido do país, a não ser que Macron surpreenda mais uma vez.

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