A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria do atentado terrorista que matou um policial e deixou outros dois feridos em estado grave hoje na Avenida dos Campos Elísios, em Paris.
O terrorista foi morto pela polícia. Ele foi identificado como Karim C., de 29 anos. Ao assumir a responsabilidade, o Estado Islâmico o chamou de Abu Youssef al-Belgiki (o Belga), morador de Chelles, a 45 quilômetros a leste da capital francesa.
Ele tinha uma condenação de 15 anos de prisão por tentativa de assassinato e era considerado um terrorista em potencial pelos serviços secretos da França. Chegou a ser preso, mas não estava sob vigilância permanente, informou a televisão France2.
Eram cerca de 21 horas em Paris (16h em Brasília) quando o atirador saiu de um carro com um fuzil de guerra e disparou contra os três policiais, que faziam patrulha estática dentro de uma viatura numa esquina da avenida, considerada pelos franceses a "mais linda do mundo".
É uma avenida ampla, rodeada de bares, cafés e restaurantes que avançam sobre a calçada, lojas e o Palácio do Eliseu, sede da Presidência da França. Vai da Praça da Concórdia, onde ficava a principal guilhotina durante o período do terror da Revolução Francesa de 1789, até o Arco do Triunfo de Napoleão. Está sempre cheia de franceses e turistas. Hoje à noite, estava tomada por policiais.
Em pronunciamento pela TV, o presidente François Hollande confirmou se tratar de um caso de terrorismo.
As autoridades franceses estão em estado de alerta por medo de atentados terroristas no primeiro turno da eleição presidencial, a ser disputado no domingo, 23 de abril de 2017. A polícia conseguiu evitar um atentado terrorista que estava sendo planejado em Marselha, a segunda maior cidade da França, onde há uma grande população muçulmana de origem norte-africana.
O atentado em Paris será explorado pela candidata da Frente Nacional, de extrema direita, Marine Le Pen, que centra a campanha no discurso contra a imigração e contra o terrorismo.
Em pesquisa divulgada hoje, Marine aparece em segundo lugar, com 24% das preferências, logo abaixo e em empate técnico, dentro da margem de erro da pesquisa, com o ex-ministro da Economia Emmanuel Macron, que concorre como independente, com 25%.
Logo atrás, vem o ex-ministro e candidato da ultraesquerda Jean-Luc Mélenchon, com 20%, seguido pelo ex-primeiro-ministro conservador François Fillon, do partido Os Republicanos, com 19%.
Mais de 80% dos eleitores de Marine afirmam que sua decisão de voto está tomada, mas apenas 36% dos eleitores de Macron têm a mesma segurança.
As pesquisas indicam que Macron venceria qualquer oponente no segundo turno. Mas, se o eleitorado flutuante se impressionar com o discurso linha dura da neonazista Marine Le Pen, há o risco de um segundo turno entre ultradireita e ultraesquerda, um fantasma para a União Europeia, já que ambas pretendem deixar o bloco.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 20 de abril de 2017
Estado Islâmico reivindica ataque a policiais em Paris
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