A Rússia usou seu poder de veto para rejeitar uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas condenando a Síria por um bombardeio com armas químicas que matou cem pessoas ontem em Khan Cheikhun. Em resposta, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, observou que, se a organização não fizer nada, só resta aos países-membros tomarem suas próprias iniciativas.
Desde o início da guerra civil na Síria, em março de 2011, a Rússia e a China vetam sistematicamente qualquer tentativa do Conselho de Segurança da ONU de condenar a ditadura de Bachar Assad. Alegam que serviria de pretexto para uma intervenção militar como a da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Líbia, que desde a queda do ditador Muamar Kadafi, em 2011, vive em estado de anarquia.
O projeto de resolução apresentado pelos EUA, a França e o Reino Unido, as outras grandes potências com direito de veto, ao lado da China e da Rússia, condena o ataque e pede uma investigação internacional. A Rússia, que intervém militarmente na Síria desde 30 de setembro de 2015 para sustentar o regime de Assad, também foi acusada de crimes de guerra como o bombardeio de clínicas e hospitais.
Tanto a Rússia como a Síria culpam os rebeldes pelo ataque a uma área controlada por eles. Na versão de Damasco, o gás letal teria saído de uma fábrica de armas químicas dos rebeldes. Esta hipótese foi descartada por especialistas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 5 de abril de 2017
EUA ameaçam atacar Síria se ONU não agir
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2 comentários:
Como a Syria é uma frente de, no mínimo, quatro lados é possível que não tenha sido Assad, afinal, o quê ele ganharia com este ataque tendo as bombas russas?
Os rebeldes, milícias irregulares, não têm Força Aérea. Rússia e Síria dominam o espaço aéreo.
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