Com o aumento da revolta popular contra o governo por causa da crise econômica na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro foi xingado e alvejado com ovos e garrafas na terça-feira à noite em Caracas quando andava num jipe do Exército aberto. Cinco jovens de 15 a 20 anos foram presos como suspeitos do ataque.
Foi o segundo ataque contra Maduro em seis meses. Em setembro de 2016, a comitiva do presidente venezuelano foi atacada em Vila Rosa, na Ilha Margarita. Maduro foi obrigado a descer e fugir a pé cercado de gente que o xingava.
Dezenas de pessoas foram presas depois da revolta popular de Vila Rosa. Braulio Jatar, o primeiro jornalista a divulgar um vídeo do evento, está preso até hoje.
A ação direta contra Maduro acontece num momento de aumento da violência política na Venezuela. O país vive a pior crise econômica de sua história moderna, com inflação de 720% ao ano, queda de 17% do produto interno bruto nos últimos anos e desabastecimento generalizado.
Diante do fracasso do regime chavista e do "socialismo do século 21", a oposição obteve uma ampla vitória nas eleições parlamentares de 2015. Desde o início do ano passado, tem maioria na Assembleia Nacional.
Por orientação do regime, a Justiça impugnou a eleição de três deputados para tirar a maioria qualificada de dois terços, que daria direito de reformar a Constituição da República Bolivarista da Venezuela. Como os deputados foram empossados, o Tribunal Supremo tentou cassar os poderes constitucionais do Legislativo sob a acusação de desacato a uma decisão da Justiça.
Também na terça-feira, 11 de abril, aniversário do golpe contra o então presidente Hugo Chávez em 2002, um jovem de 14 anos, Brayan Principal, foi morto durante protesto contra Maduro em Barquisímetro, no estado de Lara.
Desde o início da atual onda de protestos, em 6 de abril, três pessoas morreram.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 13 de abril de 2017
Maduro é atacado com garrafas e ovos na Venezuela
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