terça-feira, 21 de março de 2017

Morre comandante do IRA que virou vice-primeiro-ministro

O ex-comandante militar do Exército Republicano Irlandês (IRA) e ex-vice-primeiro-ministro da Irlanda do Norte Martin McGuinness, um dos principais negociadores do Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa (1998), morreu hoje aos 66 anos.

McGuinness morreu em Londonderry, que o movimento nacionalista irlandês, católico e nacionalista liderado por ele chama de Derry, semanas depois de deixar a política por causa de uma doença rara chamada amiloidose, uma consequência do acúmulo anormal de proteína em órgãos e tecidos.

Ele era comandante do IRA em Londonderry em 30 de janeiro de 1972, quando o Exército Real britânico disparou contra uma manifestação de protesto de católicos em que temia a infiltração do IRA, matando 14 pessoas no Domingo Sangrento, num dos momentos mais difíceis da guerra civil na Irlanda do Norte.

Quando a República da Irlanda se tornou independente, em 1922, seis condados da província do Úlster, onde os protestantes favoráveis a permanecer no Reino Unido eram maioria, formaram a Irlanda do Norte, uma entidade que o IRA nunca reconheceu.

Para falar da região, McGuinness sempre usou a expressão "no Norte da Irlanda". Fazia parte da guerra retórica que começou a acabar com a Declaração de Downing Street, de 1993, quando os governos do Reino Unido e da Irlanda chegaram a um acordo para iniciar o processo de paz.

Em 1994, o IRA declarou um cessar-fogo suspenso em 9 de fevereiro de 1996 diante da estagnação das negociações. O Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa foi assinado em 9 de abril de 1998, dividindo o poder entre as duas comunidades. A formação do governo ainda levou alguns anos.

Martin McGuinness foi escolhido pelo Sinn Féin, o partido político do IRA, para ser seu representante máximo no governo semiautônomo da Irlanda do Norte. De 8 de maio de 2007 a 9 de janeiro de 2017, o ex-comandante militar do IRA foi vice-primeiro-ministro.

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