terça-feira, 4 de outubro de 2016

Rússia suspende cooperação nuclear com os EUA

Em sua guerrinha fria inconsequente contra o Ocidente, o presidente Vladimir Putin anulou por decreto um acordo entre Estados Unidos e Rússia para eliminar excedentes de plutônio que não possam ser mais usados em armas nucleares.

Ao acusar os EUA de atitude "inamistosa", Putin indica que outros acordos de desarmamento e cooperação nuclear estão sob ameaça. Até mesmo o Tratado sobre Forças Nucleares Intermediárias, o primeiro da história a eliminar armas atômicas, assinado em 8 de dezembro de 1987 pelo presidente americano, Ronald Reagan, e o último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, corre risco de ser abandonado.

Aquele acordo eliminou os mísseis nucleares de curto e médio alcance das duas superpotências. Foi um marco do fim da Guerra Fria.

Putin subiu na vida como agente da polícia política soviética, o sinistro Comitê de Defesa do Estado (KGB) e considera o fim da URSS a "maior catástrofe geopolítica do século 20". Ele foi diretor do Serviço Federal de Segurança, sucessor do KGB, ainda o núcleo político do regime.

Desde que chegou ao poder no Kremlin, em 1999, Putin tenta resgatar pelo menos parte do poder imperial soviético. Faz isso ressuscitando a indústria bélica, intervindo política e militarmente nas outras ex-repúblicas soviéticas e, desde o ano passado, também na guerra civil da Síria.

Com a intervenção militar na Ucrânia e a anexação da Península da Crimeia, em 2014, Putin violou o acordo de 1994 que garantia a segurança do país em troca da entrega de todas as armas nucleares da antiga URSS à Rússia. Em resposta, os EUA e a União Europeia impuseram sanções econômicas à Rússia.

Sem sombra do poder econômico das superpotências de hoje, os EUA e a China, só resta ao protoditador do Kremlin fustigar as potências ocidentais. Suas bravatas servem mais para consumo interno, mas podem levar a incidentes que provoquem uma escalada.

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