Com a destruição de seus ambientes naturais pela agricultura, desmatamento, mineração e urbanização, mais metade dos animais vertebrados morreu nas úlltimas décadas no mundo inteiro, revela uma pesquisa divulgada hoje pela organização de defesa do meio ambiente Fundo Mundial pela Natureza (WWF).
O relatório Planeta Vivo é um grande balanço da saúde do planeta e da biodiversidade baseado num estudo realizado a cada dois anos pela Sociedade Zoológica, de Londres, e a organização não governamental Global Footprint Network (Rede Pegada Ecológica Global).
O índice Planeta Vivo observou 14.152 populações de 3.706 espécies de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Não pesquisa os invertebrados.
De 1970 a 2012, último ano de que há dados consolidados, as populações de vertebrados diminuíram 58%. No relatório anterior, a mortandade estava em 52%. Os mais afetados são os animais de água doce (81%), à frente das espécies terrestres (38%) e marinhas 36%.
Neste ritmo, o percentual de vertebrados mortos deve subir para 67% até 2020, adverte o WWF.
Em 2012, o consumo humano, a pegada ecológica, a marca que deixamos no planeta, superou em 61% a capacidade de recuperação da Terra. Essa ultrapassagem ecológica começou no início dos anos 1970s.
Os homens cortam mais árvores do que crescem, pescam mais peixes do que nascem e lançam mais gases carbônicos na atmosfera que as florestas e os oceanos conseguem absorver. E a cada ano, o dia da ultrapassagem, em que os humanos consumiram tudo o que o planeta produz num ano, acontece mais cedo.
Em 1986, foi 1º de novembro. Em 1992, 14 de outubro. Neste ano de 2016, foi 8 de agosto.
"A agricultura é responsável por 80% do desflorestamento e por 70% do consumo de água", observa Arnaud Gauffier, responsável pelo programa de agricultura do WWF na França. "Cerca de 30% de pegada de carbono da França está ligada à alimentação."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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