Com a abstenção da maioria do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy conseguiu obter um voto de confiança do Parlamento para formar um governo de minoria e acabar com um impasse político de dez meses.
Na segunda votação, quando bastava maioria simples, o governo Rajoy obteve ontem 170 votos a favor e 111 contra, com 68 abstenções. Apesar da orientação da nova liderança colegiada do PSOE, 15 deputados dissidentes votaram contra o primeiro-ministro conservador, do Partido Popular (PP).
Como o Parlamento tem 350 deputados, será um governo de minoria. Vai ter de negociar com outros partidos para aprovar seus projetos.
Rajoy era presidente interino do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) desde as eleições de dezembro de 2015, quando nenhum partido conseguiu formar um governo de maioria. A aprovação do novo governo não acaba com a instabilidade política na Espanha.
A crise econômica deixou 25% dos espanhóis e mais da metade dos jovens sem emprego, minando o bipartidarismo que havia na prática. Desde a eleição do socialista Felipe González, em 1982, o PSOE e o PP se alternavam no poder.
Do Movimento dos Indignados, nasceram dois novos partidos, Podemos, de esquerda, e Cidadãos, de centro-direita. Nas duas últimas eleições, eles ficaram em terceiro e quarto lugares, negando maiorias estáveis aos partidos tradicionais.
O ex-líder socialista Pedro Sánchez se negou a formar uma grande aliança com Rajoy. Tentou ele mesmo se tornar primeiro-ministro com o apoio dos novos partidos depois das eleições de dezembro e junho. Não conseguiu e perdeu a liderança do PSOE, que parou de votar contra um novo governo Rajoy.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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