A Mesa da Unidade Democrática, a coalizão oposicionista da Venezuela, convocou uma greve geral para 28 de outubro e uma passeata de protesto até o Palácio de Miraflores em 3 de novembro, noticiou hoje o jornal venezuelano El Nacional.
As manifestações visam a pressionar o presidente Nicolás Maduro depois que o regime chavista bloqueou na prática a realização de um referendo revogatório sobre seu mandato.
Há meses, a oposição recolhia assinaturas para convocar a consulta popular. O Conselho Nacional Eleitoral e a Justiça, subservientes ao chavismo, suspenderam o processo alegando que havia assinaturas fraudulentas.
Quando a Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, denunciou um "golpe de Estado", a sessão foi invadida por militantes chavistas. Ontem, os deputados decidiram iniciar um "julgamento político e jurídico" do presidente.
Se a marcha até o palácio for proibida, há um sério risco de violência. Uma onda de protestos em 2014 deixou 43 mortos. O governo e a oposição se acusam mutuamente por esses crimes.
Um dos principais líderes oposicionista, Leopoldo López, está preso e condenado por incitar à violência em fevereiro de 2014. As organizações de defesa dos direitos humanos o consideram um preso político. A Venezuela tem mais de 70 presos políticos.
Na segunda-feira, os presidentes da Argentina, Mauricio Macri, e do Uruguai, Tabaré Vázquez, afirmaram que, "nestas condições, a Venezuela não pode fazer parte do Mercosul".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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