Com a decisão do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) de se abster, o primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy poderá formar um governo minoritário, evitando a realização de novas eleições depois que as duas anteriores não levaram à formação de uma maioria parlamentar.
Depois da queda do líder Pedro Sánchez, os socialistas decidiram não se opor a um novo governo Rajoy. Desde dezembro de 2015, a Espanha tem um Parlamento fragmentado e um governo provisório.
A profunda crise econômica, que deixou mais de 25% dos trabalhadores espanhóis sem emprego, minou o apoio aos partidos tradicionais e acabou com o bipartidarismo que vigorava na prática desde 1982, com o PSOE e o Partido Popular, de centro-direita, se revezando na chefia do governo. Surgiram um novo partido de esquerda, Podemos, e um liberal, Cidadãos.
Em dezembro, Sánchez tentou articular um governo de coalizão das oposições, mas Pablo Iglesias, líder do Podemos, se negou a fazer aliança com os Cidadãos e o então líder socialista rejeitou a formação de uma grande coalizão com o PP.
Apesar do impasse político, a economia espanhola está em recuperação, com crescimento acima de 2% ao ano, mas o déficit público continua acima da meta de 3% do produto interno bruto estabelecida pelo pacto de estabilidade para sustentar o euro. Sem um governo central que funcione plenamente, o problema fiscal não será resolvido.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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