Depois que o Conselho Nacional Eleitoral, submisso ao regime chavista, suspendeu a coleta de assinaturas para convocar um referendo revogatório do presidente Nicolás Maduro, a Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, denunciou um "golpe de Estado" e hoje abriu um processo "político e penal", acusando o presidente de "ruptura da ordem constitucional".
Como existe o referendo revogatório, a Constituição da República Bolivarista da Venezuela não prevê o processo de impeachment. A oposição alega que houve um "abandono do cargo" por Maduro ao rejeitar o referendo.
O presidente foi convocado para comparecer à Assembleia Nacional em 1º de novembro. Ele respondeu acusando a oposição de planejar um "golpe parlamentar" e prometeu comparecer à reunião de conciliação mediada pelo Vaticano marcada para 30 de outubro na Ilha Margarida.
Mesmo que o Parlamento condene Maduro, isso não será suficiente para destituí-lo. O Conselho Moral Republicano e o Tribunal Supremo de Justiça, ambos subservientes ao regime, podem barrar seu afastamento.
A oposição busca apoio externo para pressionar Maduro a aceitar o referendo revogatório, apelando a instituições internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA), o Mercosul e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) para que acionem suas cláusulas democráticas contra o regime fascistoide venezuelano.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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2 comentários:
Se as negociações com a Russia, para instalação de uma base russa na Venezuela, derem certo; podemos ter várias pespectivas, inclusive, a que ocorre na Syria: uma guerra civil.
Com a militarização do regime chavista por Maduro, que tem muito menos força política do que Chávez, e a rejeição do referendo revogatório, é cada vez mais improvável uma mudança de regime democrática na Venezuela. O risco de guerra civil é enorme, com ou sem bases russas.
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