Ao longo de sua carreira, o candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, deu contribuições de campanha a candidatos a procuradores-gerais estaduais que poderiam tomar decisões que afetassem seus negócios, revelou o jornal americano The Wall Street Journal. Nos EUA, juízes, promotores e procuradores são eleitos diretamente.
O caso mais recente foi da procuradora-geral da Flórida, Pam Bondi, que investiga possíveis fraudes na Universidade Trump. Mas não foi a primeira vez. Um histórico revela que ele, a família e sócios contribuíram especialmente para candidatos a procurador-geral do estado de Nova York, sede das Organizações Trump, de Robert Abrams, nos anos 1980s, até o atual, Eric Schneiderman.
Há dois dias, o procurador-geral de Nova York proibiu a Fundação Trump de arrecadar dinheiro no estado por não estar legalmente habilitada a fazer isso.
A campanha de Trump o apresenta como um empresário independente e bem-sucedido, distante dos "interesses especiais" de um sistema político que considera "corrompido". De 2001 a 2014, Trump doou US$ 140 mil dólares a uma dúzia de pessoas. Não há dados disponíveis anteriores a 2001.
"Ele sempre fez doações a políticos durante toda a carreira e acredita que o sistema é falido", alegou Alan Garten, conselheiro-geral da Organização Trump.
Poucas semanas atrás, Trump pagou multa de US$ 2.500 à Receita Federal dos EUA por ter dado uma doação de US$ 25 mil à procuradora-geral da Flórida paga pela Fundação Trump, que não poderia fazer isso como uma entidade não lucrativa.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 5 de outubro de 2016
Trump doou a campanhas de procuradores de casos de seu interesse
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