A maioria dos comentaristas deu a vitória no debate dos candidatos à Vice-Presidência dos Estados Unidos ao governador Mike Pence, do Partido Republicano, que parecia mais calmo e não ficou interrompendo o oponente 70 vezes como fez Tim Kaine, do Partido. Mas numa análise da veracidade das respostas, o vice de Hillary Clinton ganhou por ampla margem.
Desde o início, Kaine partiu para o ataque às declarações inconsequentes de Trump, suspeito de passar 18 anos sem pagar imposto de renda. Pence manteve a calma e respondeu serenamente confiando na ignorância do eleitorado.
Um blogue especializado em conferir se as afirmações dos políticos são verdadeiras chamado PolitiFact, vencedor do Prêmio Pulitzer, o maior do jornalismo americano, conclui que 79% das alegações de Kaine foram verdadeiras ou majoritariamente verdadeiras contra apenas 31% para Pence.
Entre outras mentiras, o governador de Indiana negou que Trump tenha elogiado o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e acusou a chapa adversária de "fazer uma campanha de insultos", exatamente o que o magnata imobiliário.
Também negou que Trump tenha dito que a Arábia Saudita, a Coreia do Sul e o Japão devem fabricar armas nucleares, que não está nem aí para uma guerra nuclear na Ásia e que o bilionário ameace não manter o compromisso de defender os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Quanto à Rússia, retomando a posição tradicionalmente linha dura do partido, Pence acusou Hillary para hostilidade e as intervenções militares da Rússia, citando a Síria e as ex-repúblicas soviéticas da Geórgia e da Ucrânia. O detalhe é que a guerra da Geórgia foi em agosto de 2008, quando o presidente era o republicano George W. Bush.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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