sexta-feira, 7 de outubro de 2016

EUA acusam Rússia de pirataria para influenciar eleições

Os Estados Unidos acusaram hoje formalmente a Rússia por uma série de ataques cibernéticos contra grupos políticos numa tentativa de interferir na eleição presidencial de 8 de novembro, aumentando ainda mais a tensão entre os dois países.

Em nota conjunta, o Departamento de Segurança Interna e a Direção Nacional de Inteligência afirmaram estar "convictos de que o governo russo dirigiu a pirataria ao correio eletrônico de pessoas e instituições dos EUA, inclusive organizações políticas."

Um alvo seria o Diretório Nacional do Partido Democrata, de onde vazaram informações contra a candidatura da secretária de Estado Hillary Clinton.

"Esse roubo e essas revelações tem a intenção de interferir no processo eleitoral nos EUA. Tais atividades não são novidade em Moscou", declararam as agências americanas. "Acreditamos, com base na dimensão e na sensibilidade desses esforços que só mesmo os mais altos funcionários da Rússia poderiam ter autorizado."

Mais de 20 mil mensagens internas da direção nacional do Partido Democrata foram pirateadas, revelando infidelidade e manobras para prejudicar a candidatura de Bernie Sanders quando ele começou a incomodar Hillary nas primárias. O escândalo derrubou a deputada Debbie Wasserman Schultz.

As informações foram pirateadas por um hacker conhecido com Guccifer 2.0. Os endereços eletrônicos e os números de telefone foram divulgados no WikiLeaks e num sítio chamado DCLeaks.com

As relações entre a Rússia e os EUA sofrem nova queda depois do rompimento do diálogo sobre a guerra civil da Líbia e a decisão do presidente Vladimir Putin de revogar um acordo para destruição de um excesso de plutônio dos estoques nucleares, uma ameaça à cooperação nuclear.

A guerra cibernética é uma parte central da guerrinha fria de Putin contra o Ocidente. Veio para ficar.

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