O secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, pediu demissão ontem à noite depois que a direção do partido rejeitou, por 132 a 107 votos, sua proposta de convocar um congresso e eleições primárias nas próximas semanas. Ele será substituído por uma direção colegiada até o próximo congresso do partido.
Durante dois anos e três meses, Sánchez liderou o PSOE, que chega dividido e destroçado às próximas eleições, previstas para dezembro, as terceiras desde 20 de dezembro de 2015. Nas duas anteriores, com o Parlamento dividido pelo surgimento de novos partidos nascidos da crise, foi impossível formar um governo de maioria.
Depois das eleições de dezembro do ano passado, Sánchez se recusou a formar uma grande aliança com o Partido Popular, conservador, liderado pelo primeiro-ministro Mariano Rajoy, a quem culpa pelo sofrimento dos espanhóis durante a crise econômica.
O líder do PSOE sonhava em se tornar ele mesmo chefe de governo em aliança com os novos partidos Podemos, de esquerda, e Cidadãos, de centro-direita. Mas o líder do Podemos, Pablo Iglesias, se negou a fazer uma coligação com os Cidadãos.
Diante do impasse, foram realizadas novas eleições em 26 de junho. Sánchez apostou no enfraquecimento dos novos partidos, mas o resultado foi semelhante: PP em primeiro, PSOE em segundo, Podemos em terceiro e Cidadãos em quarto. Com a queda da bancada de 90 para 85 deputados, foi o pior resultado da história do PSOE.
Sem conseguir formar sua própria aliança, Sánchez obrigou os deputados socialistas a votar contra a tentativa de Rajoy de formar um governo minoritário.
A batalha interna na comissão executiva nacional que terminou com sua queda, com a oposição interna liderada pela governadora da região da Andaluzia, Susana Díaz, foi considerada pelo jornal espanhol El País o maior desgaste em 137 anos de existência do PSOE.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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