Em discurso hoje na Câmara Federal da Alemanha, a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel declarou que não há solução fácil para a crise das dívidas públicas da Zona do Euro e defendeu uma união fiscal, com regras orçamentárias rígidas para recuperar a credibilidade da união monetária europeia.
"Não falamos apenas de uma união orçamentária, mas de uma união orçamentária com regras estritas pelo menos para a Eurozona", afirmou a chanceler alemã. Ela disse que serão necessários anos para restaurar a credibilidade do euro.
Merkel insistiu em que a verdadeira solução só virá de reformas nos tratados constitutivos da União Europeia para impor essa disciplina fiscal.
Mais uma vez, ela rejeitou a emissão de eurobônus para negociar em conjunto as dívidas dos 17 países que usam o euro, reporta o jornal The New York Times.
Foi mais vaga quanto a uma intervenção maior do Banco Central da Europa para comprar títulos dos países em dificuldades, a que resistia até agora. Como o BCE é a única instituição comum a toda a Eurozona, é o maior instrumento para atacar a crise de imediato.
Para Merkel, a única saída verdadeira é mais disciplina fiscal e austeridade. Isso significa impor um longo período de deflação e contração a países da periferia da Europa como Grécia, Irlanda e Portugal.
O problema é que os países-membros da Eurozona perderiam sua soberania orçamentária em troca de nada. A proposta de Merkel não prevê a criação de um mecanismo de transferências fiscais para redistribuir recursos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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3 comentários:
Nelson, li a referência ao seu nome na coluna do Noblat.
Pena que o Merval escreveu uma impropriedade, disse que a Turquia faz parte do mundo árabe. Não sei de onde ele tirou isso, desde quando a Turquia é árabe!?!?!?!
No que me toca, disse que a Turquia é um dos raros exemplos de democracia no mundo muçulmano.
Pois é, pena que para o Imortal Merval, muçulmano é sinônimo de árabe. Santa ignorância a dele.
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