A presidente Cristina Kirchner tomou posse ontem para um segundo mandato de quatro na Argentina fazendo elogios à integração da América Latina e ao Brasil, que chamou de "um dos países mais importantes do mundo".
Aos 58 anos, Cristina invocou o marido a antecessor Néstor Kirchner, falecido em outubro de 2010 de um ataque cardíaco, e recebeu a faixa presidencial da filha Florencia.
"Hoje, como todos podem imaginar, não é um dia fácil para esta presidente", declarou a líder argentina, sob aplausos do Congresso e de uma multidão reunida na praça em frente.
Em seu discurso, deixou clara a intenção de manter a política econômica de subsídio à indústria nacional e ao consumo interno, desvalorização competitiva do peso e protecionismo comercial, às vezes camuflado, o que cria diversos atritos comerciais com o Brasil.
Ela comparou a crise das dívidas públicas da Zona do Euro à crise da dolarização da era Menem, que levou a um calote de US$ 100 bilhões em 2001 e ao virtual colapso da economia argentina. O país desvalorizou a moeda e renegociou sua dívida em bases que não comprometessem a retomada do crescimento
A popularidade do casal Kirchner vem da percepção da maioria do eleitorado de que sua política econômica ajudou a superar a crise e retomar o crescimento. Com taxas de crescimento de 8% ao ano, Néstor não teve dificuldades para eleger sua mulher em 2007. Estaria decidido a voltar à Presidência quando morreu.
O crescimento de 9,2% no ano passado e a comoção com a morte do marido garantiram uma fácil reeleição, com 54% dos votos, em 23 de outubro de 2011. Cristina "começa o segundo mandato mais forte politicamente, mas com uma perspectiva econômia mais complexa", observa o cientista político Rosendo Fraga. "A crise mundial é uma ameaça tão grande aqui quanto em qualquer lugar".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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