segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Erro do piloto derrubou voo AF447

Nem o mau tempo nem falhas mecânicas foram responsáveis pela queda do voo 447 (Rio-Paris) da Air France em 31 de maior de 2009, que matou todas as 228 pessoas a bordo, concluíram especialistas que analisaram as gravações das caixas-pretas. O erro fatal teria sido cometido por um jovem co-piloto que insistiu em empinar o nariz do avião para ganhar altura quando o computador de bordo parou de controlar o voo.

A transcrição do diálogo na cabine revela confusão e desorientação dos co-pilotos, que talvez nunca tenham enfrentado antes o desligamento do computador de bordo a uma altitude acima de 10 mil metros. Na ausência do comandante, que estava cochilando, eles não conseguiram entender o que estava acontecendo.

Até a descoberta das caixas-pretas, a versão mais aceita era que o congelamento das sondas medidoras da velocidade durante a travessia de uma tempestade em grande altitude, ou seja, um problema técnico no Airbus A330, teria levado a uma série de erros e à tragédia, observa um artigo publicado na revista americana Popular Mechanics.

Uma análise detalhada, inclusive todo o diálogo dentro da cabine, está no livro Erros de Pilotagem, do piloto francês Jean-Pierre Otelli.

Quando o experiente piloto Marc Dubois, com mais de 11 mil horas de voo saiu da cabine de comando para descansar um pouco, deixou o controle do Airbus com o inexperiente Pierre-Cédric Bonin, de apenas 32 anos. Menos de 15 minutos depois, estariam todos mortos.

Sob o impacto de uma rápida sucessão de fenômenos inesperados, a turbulência, clarões elétricos da tempestade em grande altitude e o desligamento do computador, Bonin reagiu irracionalmente, de uma maneira que os especialistas em aviação não conseguem entender. Tentou ganhar altura e velocidade, mesmo sabendo que a 12 mil metros o ar rarefeito dá menos sustentação ao avião, que praticamente parou no ar.

O sistema de alarme gritou a palavra inglesa "Stall!" 75 vezes, diz o artigo da revista, mas em nenhum momento os pilotos a disseram, sinal de que não perceberam a gravidade da situação.

Durante todo o tempo, Bonin manteve o comando puxado para trás para ganhar altitude, quando deveria ter baixo o nariz do avião para ganhar velocidade e depois estabilizar a aeronave. Esse procedimento-padrão teria permitido aos pilotos controlar o aparelho manualmente.

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