segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ditador da Coreia do Norte morre

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Il, conhecido oficialmente como o Querido Líder, morreu no sábado, anunciou na madrugada de hoje a televisão estatal norte-coreana.

 Ele tinha 69 anos, estava no poder desde 8 de julho de 1994, quando substituiu o pai, Kim Il Sung, fundador da Coreia do Norte depois da Segunda Guerra Mundial. Há três anos, sofreu um acidente vascular cerebral.

Em setembro de 2010, Kim Jong Il indicou seu terceiro filho, Kim Jong Un, de apenas 28 anos, como sucessor, confirmando a intenção de manter a primeira dinastia comunista. Ele já está sendo chamado na imprensa oficial de Grande Sucessor.


Líder de um dos países mais fechados do mundo, Kim Jong Il manteve a política de chantagem nuclear iniciada por seu pai, ameaçando fabricar armas atômicas para barganhar ajuda em energia e alimentos para sua população miserável e faminta. Calcula-se que 2 milhões tenham morrido de fome durante o reinado do ditador morto.

Nos últimos anos, a Coreia do Norte realizou duas explosões nucleares. A primeira, em 9 de outubro de 2006, foi considerada um fracasso pelos Estados Unidos. Também não está claro se o país aprendeu a empacotar o explosivo nuclear para fazer uma bomba, mas já é considerado uma potência nuclear.

Com a morte de Kim, as forças da Coreia do Sul entraram em prontidão.

Em 22 de março de 2010, o navio de guerra sul-coreano Cheonan foi a pique, matando 46 marinheiros. Meses depois, uma investigação internacional comprovou que tinha sido atacado pela Coreia do Norte.

Meses depois, em 23 de novembro de 2010, sem qualquer advertência, a Coreia do Norte disparou 170 rajadas de artilharia contra a ilha de Yeonpyeong, matando dois militares e dois civis sul-coreanos. Foi o primeiro ataque contra o território do Sul desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53).

Desde então, o presidente Lee Myung Bak cortou a ajuda humanitária e reduziu o comércio bilateral, deixando o Norte dependendo ainda mais de sua aliada a China, que lutou a seu lado na Guerra da Coreia, impedindo que as forças dos EUA reunificassem a Península Coreana com o aval das Nações Unidas.

Esse novo período de transição realimenta as tensões na península, até hoje dividida por uma zona desmilitarizada ao longo do paralelo 38ºN. É a última fronteira da Guerra Fria. Vinte anos depois do fim da União Soviética, o último regime stalinista ainda agoniza, numa agonia nuclear.

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