Os dois maiores partidos religiosos conquistaram 60% dos votos nas eleições parlamentares de 28 de novembro de 2011 no Egito, anunciaram hoje os jornais do país, citando como fonte a comissão eleitoral.
Mais antigo movimento fundamentalista do mundo, a moderada Irmandade Muçulmana obteve cerca de 40% com o Partido da Justiça e Liberdade, enquanto os partidos salafistas, que são extremistas, conseguiram cerca de 20% e o Bloco Egípcio, liberal, ficou com 15%.
Até agora, a votação foi realizada apenas em parte do país, mas em regiões consideradas mais liberais, inclusive no Cairo, a capital egípcia.
A ampla vitória dos islamitas deve aumentar a determinação dos militares do Egito de tutelar a democracia nascente e se colocar como "guardiães" da Constituição e de um Estado laico, secularista, para evitar a imposição do direito islâmico.
Já era esperado que os partidos liberais, desorganizados e prejudicados pela associação às potências ocidentais, não tivessem bom desempenho nas urnas. Mas a vitória esmagadora dos islamitas, além das previsões, coloca mais uma sombra sobre o processo de democratização do Egito.
Como líder do mundo árabe, o Egito dará a tendência para os outros países do Norte da África e do Oriente Médio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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