A blogueira Yoani Sánchez, que não pôde vir ao Brasil e a outros países da América Latina para o lançamento de seu livro De Cuba, com Carinho, denuncia ter sido sequestrada e agredida por agentes do regime comunista cubano quando ia com amigos para uma manifestação pela paz e contra a violência. No ano passado, ela ganhou o Prêmio de Jornalismo Ortega y Gasset.
Em seu blog Generación Y, a jornalista denunciou o fato como um ataque no estilo da Camorra, a máfia napolitana.
Pelo relato, Yoani foi abordada por três agentes da ditadura dos irmãos Castro que andavam num carro chinês. A China é a nova aliada que ajuda a sustentar o falido regime cubano.
Ela pediu documentos, a identificação dos agentes ou um mandado de prisão. Nada. Então, gritou por ajuda, denunciando o sequestro. A reação dos bandidos governamentais foi direta: "Não se metam. Eles são contrarrevolucionários."
Depois de uma consulta aos chefes por telefone, conta Yoani, os agentes partiram para a agressão para obrigá-los a entrar no carro. Ela pegou um papel do bolso de um deles e mastigou. Foi o suficiente para que, já dentro do carro, a pegassem pelos cabelos e imobilizassem com um joelho no peito enquanto a espancavam nos rins e na cabeça para que soltasse o papel.
Não houve interrogatório nem ela e seu amigo Orlando foram conduzidos a uma delegacia. Simplesmente, foram espancados e jogados na rua.
Pela descrição, a ação tem todas as características de um ato de terrorismo de Estado de um governo cujos países latino-americanos querem ver de volta na Organização dos Estados Americanos (OEA), ignorando a cláusula democrática aprovada em Santiago do Chile em 2001.
É estranho que o governo Lula lute pela democracia em Honduras ao mesmo tempo em que defende a ditadura cubana.
Vinte anos depois da queda do Muro de Berlim, Cuba continua sendo uma prisão, como era a extinta Alemanha Oriental.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário