A polícia de Honduras usou gás lacrimogênio para dispersar cerca de 500 manifestantes favoráveis ao presidente deposto, José Manuel Zelaya, que protestavam contra as eleições deste domingo em San Pedro Sula, a segunda maior cidade do país. Mas a votação transcorreu em relativa calma.
Na capital, Tegucigalpa, o comparecimento às urnas foi semelhante aos de eleições anteriores, num sinal de que os apelos de Zelaya por um boicote não deram resultado.
A pior crise política na América Central depois do fim da Guerra Fria divide o continente.
Enquanto os Estados Unidos decidiram aceitar o resultado das urnas como saída para a crise gerada pelo golpe de 28 de junho de 2009, e tem o apoio da Colômbia, do Panamá e do Peru, o resto da América Latina considera ilegítima a realização do pleito sem a devolução do poder a Zelaya.
Sem apoio internacional, Honduras recebeu delegações de observadores dos dois principais partidos dos Estados Unidos e do Parlamento Europeu. O eurodeputado Carlos Iturgáiz, do bloco conservador, prometeu pediu ao parlamento da União Europeia que aceite o resultado das urnas.
Na sua opinião, o pleito em Honduras foi "transparente" e transcorreu num "ambiente de liberdade e democracia", considerando "ridículo" pensar que exista a possibilidade de fraude: "Os grandes derrotados são os que quiseram boicotar estas eleições porque o tiro saiu pela culata", afirmou o eurodeputado, destacando que "até o momento" não se houve "nenhum incidente".
Itrugáiz considerou o conflito entre zelaystas e a polícia em San Pedro Sula como um fato isolado, insuficiente para ser caracterizado como um problema nacional.
O candidato favorito à Presidência de Honduras, Porfirio Lobo, do Partido Nacional, um fazendeiro conservador, prometeu pedir pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que reconheça o resultado das eleições.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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