Em entrevista a William Waack que vai ao ar agora no Jornal da Globo, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, não negou o massacre de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial, mas disse que "o Holocausto aconteceu na Europa" e "o povo palestino não tem nada a ver com isso". Ahmadinejad chega na segunda-feira ao Brasil, onde deve ser alvo de protestos.
Além de negar o Holocausto em declarações passadas e de ameaçar "varrer Israel do mapa", como líder do regime fundamentalista iraniano Ahmadinejad também persegue homossexuais. Na entrevista à TV Globo, declarou que "o homossexualismo não é normal", é "uma ameaça à sobrevivência da humanidade".
A visita do presidente iraniano ao Brasil, no momento em que o Irã rejeita mais um apelo das Nações Unidas, dos Estados Unidos, da Rússia, da Alemanha, da França, do Reino Unido e da União Europeia para enviar urânio para enriquecimento no exterior, foi duramente criticada pelo Wall Street Journal, o jornal mais vendido nos EUA (2 milhões de cópias por dia).
Na medida em que o Brasil se afirma como uma grande potência no cenário internacional, diz o Journal, poderia ser um aliado natural dos EUA em várias áreas, como energia, democracia, direitos humanos, economia e até mesmo para pressionar a China a valorizar o iuã.
Com o apoio a ditadores como Ahmadinejad, reeleito numa fraude evidente, e o refúgio concedido ao presidente deposto de Honduras, José Manuel Zelaya, diz o Journal que o país teria deixado de ser considerado um parceiro confiável.
Para um deputado democrata dos EUA, o Brasil está legitimando um ditador que fraudou eleições e botou a Guarda Revolucionárias e a milícia Bassij para bater, matar e prender manifestantes que rejeitaram o resultado oficial.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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