segunda-feira, 23 de novembro de 2009

FT: Ahmadinejad testa diplomacia brasileira

Ao receber o presidente do Irã no momento em que cresce a importância internacional do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva legitima Mahmoud Ahmadinejad, um fundamentalista muçulmano linha-dura que nega o direito de existência de Israel, estaria desenvolvendo armas atômicas e foi reeleito numa fraude em 12 de junho passado.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil alega que a melhor maneira de resolver os problemas da sociedade internacional é através do engajamento político e do diálogo. Mas isso não livra o país de críticas por receber o ditador iraniano.

"É a primeira vez na História da América Latina que um governo islâmico entra no quintal dos Estados Unidos", foi a frase infeliz de um assessor do presidente do Irã citada no Financial Times A visão da América Latina como um quintal dos EUA certamente não agrada a governos e povos da região.

Para o embaixador no Brasil, Mohsen Shatterzadeh, "a morte do unilateralismo criou oportunidades para o surgimento de novas potências no Ocidente e no Oriente que podem desafiar a dominação das potências ocidentais".

O vice-presidente do Conselho das Américas, Eric Farnsworth, observou que "a crescente influência internacional do Brasil significa que os líderes que o presidente do Brasil recebe ganham mais credibilidade e legitimidade".

Isso levou o presidente do Congresso Mundial Judaico, Ronald Lauder, a advertir: "O Brasil não pode ser um ator global e esperar que a recepção a Ahmadinejad passe despercebida. Todo o mundo está vendo e nada será posivito".

Antes de embarcar, Ahmadinejad declarou que "o Irã, o Brasil, a Venezuela podem ter um papel determinante no planejamento, no estabelecimento e na regulamentação de uma nova ordem mundial".

Ahmadinejad tem fraca legitimidade interna por causa da fraude eleitoral e está isolado pela Europa, os EUA e diversos países árabes e muculmanos que discordam do fundamentalismo xiita da república islâmica.

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