A promotoria do Tribunal das Nações Unidas para o Genocídio no Camboja pediu ontem uma pena de 40 anos de prisão para Kaing Uek Eav, mais conhecido como o Camarada Duch (pronuncia-se Dóic).
Duch era o torturador-chefe da notória prisão S-21, em Phnom Penh um dos principais centros de detenção, tortura e extermínio do regime do Khmer Vermelho. É acusado de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
A ditadura de Pol Pot é responsável pela morte de 2 milhões de pessoas no pior genocídio depois da Segunda Guerra Mundial.
Tomou o poder em 16 de abril de 1975, duas semanas antes da queda de Saigon, no fim da Guerra do Vietnã. Foi derrubada por uma invasão vietnamita em 9 de janeiro de 1979, fim de um reino de terror registrado no filme Gritos do Silêncio.
Na sua declaração final, Duch, hoje com 67 anos, voltou a pedir desculpas, adotou um tom conciliatório, disse que sofria um "remorso excruciante" e pediu para ser visto como um ser humano. Pelo menos 14 mil pessoas foram mortas sob seu comando.
O procurador William Smith não se comoveu com a autovitimização do carrasco: "Duch não era uma vítima do sistema mas um agente leal e devotado. Um homem às vezes precisa parar de responder a seus superiores para responder à sua consciência. O réu renunciou à sua consciência, a todos os seus deveres com os seus semelhantes enquanto seres humanos."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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