Em uma entrevista patética, o ditador Bachar Assad negou a responsabilidade de seu governo na violenta repressão ao movimento inicialmente pacífico pela liberalização da Síria, onde mais de 4 mil pessoas foram mortas desde 15 de março de 2011. Os culpados seriam criminosos, extremistas religiosos e terroristas.
"Não matamos nosso próprio povo", afirmou categoricamente o ditador, em entrevista à jornalista Barbara Walters, da rede de televisão americana ABC. "Nenhum governo do mundo mata seu próprio povo, a não ser que seja liderada por um louco."
Oftalmologista, fez um diagnóstico psiquiátrico perfeito de si mesmo.
Com um ar sério mas distante, entremeado de falsos sorrisos, Assad declarou que mais de mil soldados e policiais morreram nos últimos nove meses, eles representam "a maioria dos mortos".
Depois de desqualificar a ONU como uma "instituição sem credibilidade", o ditador sírio admitiu que as forças de segurança "cometeram erros", mas os atribuiu a renegados, insistindo em que "não houve ordem superior para matar ou agir brutalmente".
Assad, no poder desde 2000, negou sua responsabilidade pessoal pelos massacres: "Não são meus homens. Não sou dono deles. Sou o presidente. Não sou o dono do país, então não são minhas forças".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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