O presidente Hu Jintao, abandonou a reunião de cúpula do Grupo dos Oito (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia), onde participa como convidado, ao lado do presidente Lula e de outros líderes de países emergentes.
Hu voltou para a China para enfrentar o violento conflito étnico que explodiu no Extremo Oeste do país, onde a maioria da população é muçulmana de origem turca. Pelo menos 156 pessoas foram mortas, outras mil feridas e 1,4 mil presas.
Antes da Olimpíada de Beijim, no ano passado, houve supostos atentados terroristas atribuídos a um Movimento de Libertação do Turquestão Oriental. A tensão é grande, especialmente em Urumqi, a capital da província de Xinjiang.
Com uma política de migrações forçadas, o regime comunista chinês infiltra as províncias que possam lutar pela independência com chineses da etnia hã, que são 93% dos 1,3 bilhão de chineses. Faz isso no Tibete e em Xinjiang, uma província enorme rica em gás e petróleo que cobre quase um terço dos 9,6 milhões de quilômetros quadrados da China, terceiro maior país do mundo em área e primeiro em população.
A etnia uigur é maioria em Xinjiang, mas os hãs são maioria em Urumqi. O estopim da violência foi o linchamento de dois uigures acusados de estuprar uma chinesa do grupo hã na cidade onde trabalhavam, a mais de 3 mil km da cidade.
Os uigures, que se sentem cidadãos de segunda classe na sua própria terra, se rebelaram e passaram a atacar símbolos do poder dos hãs, como aconteceu em março de 2008 no Tibete.
Com a volta de Hu Jintao a Beijim, a expectativa é de endurecimento da posição do governo chinês, que não costuma tolerar o dissenso.
Mais de 40 caminhões cheios de soldados do Exército Popular de Libertação estariam chegando a Urumqi para se juntar às forças de segurança que já combatem a revolta dos uigures.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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