LONDRES - Diante de notícias de que teria previsto o fim da recessão nos Estados Unidos ainda este ano, alterando previsões anteriores, o economista Nouriel Roubini, um dos poucos a advertir para o colapso financeiro que se aproximava, esclareceu no seu site Roubini Global Economics Monitor que "não haverá crescimento este ano.
"Eu disse várias vezes que a recessão vai durar cerca de 24 meses. Estamos no 19º mês", argumenta Roubini. "Se a recessão terminar no fim do ano, terá durado 24 meses e a recuperação só começa em 2010. Simplesmente, não estou prevendo nenhum crescimento para este ano."
Para Roubini, esta "é uma recessão longa e profunda, com a forma de um U". É três vezes mais longa do que as duas anteriores e duas e cinco vezes mais profunda, em queda do produto interno bruto, do que as anteriores.
"A recessão vai acabar no fim do ano. Mas a recuperação será lenta por causa das dívidas que pesam sobre o mercado imobiliário, o sistema financeiro e as empresas privadas, acrescidas agora pelas dívidas contraídas por governos para salvar os bancos e pelas políticas econômicas anticíclicas para estimular a retomada do crescimento econômico", afirmou o economista turco nacionalizado americano que se tornou uma das estrelas desta Grande Recessão.
Em outra previsão sombria, Roubini espera que o desemprego nos EUA atinja um pico em torno de 11%: "Tamanho desemprego terá um impacto negativo sobre a renda do trabalho e o crescimento do consumo. Vai adiar a recuperação do setor habitacional. Vai aumentar o número de calotes e perdas dos bancos com hipotecas, empréstimos para compra de carro, cartões de crédito e crédito pessoal."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário