domingo, 4 de fevereiro de 2018

Império Maia era muito maior do que se pensava

Com uma nova técnica de aerofotografia a lêiser, arqueólogos descobriram as ruínas de mais de 60 mil construções escondidas sob a densa floresta tropical úmida das terras baixas do Norte da Guatemala e concluíram que a civilização maia era muito maior do que imaginava. Em vez de 5 milhões de pessoas, estima-se que a população fosse de 10 a 15 milhões.

Essa concentração populacional exigiu uma exploração intensiva da terra para produzir alimentos, levando a uma catástrofe ecológica e à decadência antes da chegada dos colonizadores espanhóis.

Ao lado dos astecas, no México, e dos incas, no Peru e no Equador, os maias foram uma das três grandes civilizações pré-colombianas. O Império Maia atingiu o apogeu no período maia clássico (200-900) e depois entrou em declínio.

As 60 mil construções incluem palácios, templos, pirâmides, casas, estradas e grandes plantações. Com a técnica conhecida como LiDAR (Light Detection and Ranging), revelou-se uma civilização mais complexa e interligada do que se supunha. Toda a Reserva da Biosfera Maia, no estado de Petén, na Guatemala, foi mapeada.

"Este mundo que foi perdido para a selva, de repente é revelado", comentou o engenheiro Albert Yu-Min Lin, explorador da National Geographic Society, dos Estados Unidos, citado pelo jornal The New York Times. "E o que se pensava ser uma civilização amplamente estudada e compreendida de repente está cheia de novidades."

O projeto foi iniciado por Pacunam, uma organização não lucrativa, com o auxílio do Centro Nacional de Mapeamento Aéreo por Lêiser, da Universidade de Houston, no Texas. Na primeira fase do projeto, foram investidos US$ 600 mil.

Além de descoberta e restauração de um tesouro arqueológico, o projeto visa a proteger a floresta tropical, impedir o desmatamento, atrair turistas e pesquisadores, combater a mudança do clima,  a exploração ilegal de madeira e o contrabando na fronteira.

A mesma técnica foi usada para descobrir construções ao redor do templo de Angkor, centro do Império Khmer, hoje no Camboja.

Um comentário:

ricardo disse...

Fantástica descoberta. Gostaria muito de participar da exploração, fotografando estes espaços arquitetônicos.