Com a perda do deputado do aristocrático bairro londrino de Kensington, considerada uma das cadeiras mais seguras para os conservadores no Reino Unido, o partido perdeu a maioria absoluta na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico.
Serão apenas 318 conservadores entre os 650 deputados eleitos. A primeira-ministra Theresa May deve se aliar ao Partido Unionista Democrático (DUP) da Irlanda do Norte para ter maioria, noticiou a televisão pública britânica BBC.
Os trabalhistas conquistaram 262 cadeiras. Mesmo assim, o resultado é uma derrota para Theresa May. Ela convocou eleições antecipadas para ampliar sua maioria, que era de apenas cinco deputados, e assim ter um mandato forte para negociar a saída do Reino Unido da União Europeia.
Fragilizada, sob pressão para pedir demissão, antes de ir ao Palácio de Buckingham pedir permissão à rainha Elizabeth II para formar um novo governo, May anunciou a recondução aos cargos dos ministros das Finanças, Philip Hammond; do Exterior, Boris Johnson; do Interior, Amber Rudd; das negociações com a UE, David Davis; e da Defesa, Michael Fallon.
As negociações da Brexit (British exit = saída britânica, do inglês) começam daqui a dez dias. May insinuou que o resultado aumenta a responsabilidade dos outros partidos nas negociações. Na prática, complica a estratégia da primeira-ministra de sair do mercado comum europeu.
O líder trabalhista, Jeremy Corbin, também deixou claro que não pretende deixar a liderança do partido: "Qualquer que seja o resultado final, nossa campanha positiva mudou a política para melhor", gabou-se Corbyn. O partido saiu melhor do que esperado. Ganhou 30 cadeiras. A expectativa era de um fracasso total por causa de sua liderança radical.
A terceira força no Palácio de Westminster é o Partido Nacional Escocês, que perdeu 21 deputados, mas manteve 35. Está mais interessado na independência da Escócia, especialmente se o Reino Unido deixar mesmo a UE.
Só um partido defendeu a realização de um novo referendo sobre a Europa. O Partido Liberal-Democrata não conseguiu atrair o voto dos 48% que preferiam ficar na UE. Ganhou quatro cadeiras e terá 12 deputados.
Os unionistas democráticos da Irlanda do Norte, defensores da manutenção da província do Ulster no Reino Unido, elegeram dez deputados. Com os 318 conservadores, tem uma maioria apertada de 328 cadeiras, duas a mais do que a maioria absoluta.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sexta-feira, 9 de junho de 2017
May deve formar governo britânico com unionistas da Irlanda do Norte
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