quinta-feira, 1 de junho de 2017

Trump rompe com o Acordo de Paris

O presidente Donald Trump vai retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, assinado em 2015 por 195 países e ratificado por 147, cumprindo uma promessa de campanha, afirmou há pouco o jornal The Washington Post. A Casa Branca já avisou o Congresso, informou a televisão CNN.

Durante a campanha eleitoral, Trump seguiu o discurso da maioria do Partido Republicano sobre mudança do clima. Ele negou que a atividade industrial humana seja responsável pelo aquecimento global, prometeu eliminar regulamentações ambientais do governo Barack Obama e reativar a indústria do carvão, a mais poluente.

Desde que chegou à Casa Branca, o presidente estava sob pressão do secretário de Estado, Rex Tillerson, ex-diretor presidente da companhia de petróleo Exxon, de vários setores empresariais, da filha e assessora Ivanka Trump, do genro e assessor Jared Kushner e de vários países, especialmente dos aliados europeus, para não abandonar o combate à mudança do clima.

Por outro lado, o assessor e estrategista Steve Bannon e o diretor da Agência de Proteção Ambiental (EPA), Scott Pruitt, cobravam o cumprimento da promessa. O anúncio oficial de Trump sai em minutos.

No Acordo de Paris, pela primeira vez, todos os países do mundo, menos a Nicarágua, a Síria e agora os EUA, se comprometeram a reduzir as emissões de gases que agravam o efeito estufa e aumentam a temperatura média do planeta, com consequências ambientais imprevisíveis. Cada país prometeu adotar medidas voluntárias e apresentar relatórios às Nações Unidas a cada cinco anos.

Para o comentarista Fareed Zakaria, da CNN, "Trump está abdicando da liderança do mundo livre". A China e a União Europeia fazem uma reunião de cúpula hoje e devem se comprometer a manter o processo de combate ao aquecimento global da ONU.

Trump apresentou a decisão como uma defesa da economia e da independência dos EUA: "Fui eleito para representar os cidadãos de Pittsburgh, não de Paris", declarou o presidente no jardim da Casa Branca, descrevendo o Acordo de Paris como lesivo ao país e responsável pela perda de milhões de empregos.

A meta do Acordo de Paris é conter o aumento da temperatura média em dois graus centígrados em relação à era pré-industrial.

Se nada for feito, as temperaturas podem subir 4º C até o fim do século, provocando o derretimento das calotas polares e a elevação do nível dos oceanos, alagando zonas costeiras onde vive grande parte da humanidade. As fenômenos meteorológicos, como secas e enchentes, tendem a se tornar mais violentos, com impacto sobre a produção agrícola e o acesso a água potável.

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