Nesta noite de domingo, através de sua agência de propaganda virtual Amaq, a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a responsabilidade pelo ataque de sábado à noite em Londres, quando uma caminhonete foi jogada contra os pedestres na Ponte de Londres e três jihadistas saíram esfaqueando pessoas no Mercado de Borough. Sete pessoas morreram e outras 48 saíram feridas; 21 estão hospitalizadas em estado grave.
Doze pessoas foram presas pela polícia sob suspeita de envolvimento no atentado. Os três terroristas foram mortos por oito policiais, que dispararam 50 tiros no Mercado de Borough. A polícia britânica, a Scotland Yard, descobriu suas identidades, mas ainda não revelou publicamente. Dois seriam britânicos de origem paquistanesa.
O Estado Islâmico tenta assumir a autoria de todos os ataques que possam ser atribuídos a extremistas muçulmanos. Na sexta-feira, um homem armado com um fuzil de guerra invadiu o cassino do Resorts World Manila, um grande hotel da capital das Filipinas, tentou roubar fichas de aposta e tocou fogo nas mesas de jogo. Pelo menos 38 pessoas morreram, a maioria sufocada pela fumaça.
A polícia filipina negou que o atirador tivesse ligação com grupos terroristas muçulmanos. No Sul das Filipinas, onde há décadas há uma revolta da minoria muçulmana, que é maioria na região, o grupo guerrilheiro Abu Sayyaf (Portador da Espada), conhecido pela extrema violência, aderiu ao Estado Islâmico. Agora, se apresenta como a Província das Filipinas do Estado Islâmico. Mas não teria relação com o ataque.
Da mesma forma, as autoridades britânicas duvidam da reivindicação de autoria do Estado Islâmico. Em 22 de março, Khalid Masood, um britânico de origem jamaicana de 52 anos, atropelou e matou quatro pessoas na Ponte de Westminster, em Londres, e esfaqueou mortalmente um policial no Parlamento Britânico antes de ser morto pela guarda. A polícia acredita que tenha agido sozinho, sob a inspiração da ideologia assassina pregada pelos jihadistas nas mesquitas radicais e nas redes sociais.
Salman Abedi, o homem-bomba de 22 anos responsável pelo ataque na Arena de Manchester em 22 de maio, tinha voltado da Líbia. A sofisticação da bomba utilizada levou a polícia a suspeitar que ele tivesse uma rede de apoio.
Agora, o Estado Islâmico alega que uma célula clandestina do grupo está por trás das atrocidades do sábado à noite. Além da identidade dos terroristas, a Scotland Yard procura descobrir que tipo de ligação havia entre eles. Eram parentes, amigos, se conheciam há muito tempo ou estranhos designados para a operação suicida por algum superior hierárquico dentro da organização?
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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