SÃO FRANCISCO, EUA - O presidente Donald Trump negou hoje ter gravado as conversas com o ex-diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos Estados Unidos, James Comey. Num de seus primeiros ataques depois da demissão de Comey, em 9 de maio, Trump ameaçou o ex-diretor, caso ele houvesse gravado.
"Com todos os relatos recentes de vigilância eletrônica, interceptações e vazamentos ilegais de informação, não tenho ideia se há ou não fitas ou gravações de minhas conversas com James Comey, mas eu não gravei nem tenho gravações", declarou Trump no Twitter, seu meio de comunicação favorito.
O presidente usou um memorando interno do Departamento da Justiça feito pelo subprocurador-geral Rod Rosenstein para demitir Comey alegando incompetência e erros na condução do inquérito sobre o uso de correio eletrônico privado pela então secretária de Estado Hillary Clinton no primeiro governo Barack Obama. Depois, admitiu que mudou o diretor do FBI por causa da investigação sobre um possível conluio de sua campanha com o governo da Rússia.
Dias atrás, quando o jornal The Washington Post revelou que Trump está sendo investigado no caso da Rússia, o presidente se declarou vítima de uma "caça às bruxas" e acusou Rosenstein, "o homem que me aconselhou a demitir Comey" de liderar a caçada.
Com a sucessão de escândalos, vazamentos e a falta de transparência nas relações do presidente com seu grupo empresarial, a popularidade de Trump caiu ao menor nível, 36%, em pesquisa divulgada nesta semana pela rede de televisão americana CBS, mas seu eleitorado continua fiel.
Em 1974, o então presidente Richard Nixon foi forçado a renunciar, em meio ao Escândalo de Watergate, depois que a Suprema Corte o obrigou a entregar as fitas com as gravações de suas reuniões no Salão Oval da Casa Branca e revelavam suas manobras para obstruir a Justiça.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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