Além de patrocinar ditaduras sanguinárias como a junta que assaltou o poder na Guiné, a China, cada vez mais uma superpotência econômica, usa seu peso político para tentar censurar livros e filmes que critiquem seu regime político ditatorial.
Dias antes do início do Festival Internacional de Cinema de Melbourne, na Austrália, o diretor executivo do festival, Richard Moore recebeu um telefonema do consulado chinês pedindo a exclusão de um filme sobre a ativista da minoria uigur Rebiya Kadir.
"Foi um gesto de uma arrogância impressionante", comentou Moore. "O agente consular chegou a pedir para justificarmos a inclusão do filme na programação do festival."
Houve uma campanha de intimidação e vários ataques de hackers ao sítio de Internet do festival, onde foram plantadas mensagens dizendo que os ingressos estavam esgotados.
Na última Feira do Livro de Frankfurt, cujo tema este ano era a China, o governo de Beijim tentou vetar a participação de dois escritores, Dai Qing e Bei Lin.
Dai Qing, que também é militante ecológica, acusa a China de usar seu poder econômico para constranger seus parceiros comerciais a censurar o que não interessa ao regime comunista chinês.
Oficialmente, um dos princípios da política externa chinesa é a não ingerência em assuntos internos de outros países para evitar críticas a seus problemas internos, como a questão dos direitos humanos e da falta de liberdade no país.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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