Num escandaloso conflito de interesses públicos e privados, o primeiro-ministro da Itália, o bilionário Silvio Berlusconi, se associou ao ditador da Líbia, coronel Muamar Kadafi, e comprou 25% de uma televisão da Tunísia.
Durante sua última visita à Líbia, na véspera dos 40 anos da revolução líbia, comemorados em 1 de setembro, Berlusconi teria sondado o interesse de Kadafi pelo clube de futebol Milan, de propriedade do primeiro-ministro italiano.
O empresário árabe Tarak Ben Ammar, conselheiro de empresas de Berlusconi, disse que a Nessma TV é dele, do primeiro-ministro e de dois sócios tunisianos. Kadafi teria se associado à Quinta Communications, de Berlusconi, por estar interessado em produzir filmes sobre o mundo árabe.
Para o jornal inglês The Guardian, que denunciou a sociedade entre Berlusconi e Kadafi, a Quinta e a Mediaset, duas empresas do império de telecomunicações do líder da direita italiana, compraram a metade da TV tunisiana.
Em entrevista à TV, Berlusconi negou que seu governo persiga os imigrantes, dizendo "tem o coração aberto e lhes oferece casa, trabalho, escolas e hospitais". Ele descreveu a televisão como "o grande veículo da democracia para influenciar as massas", e destacou a importância de escolher "bons elencos femininos", no que se declarou um especialista.
Ah! Ao se despedir, Berlusconi não se esqueceu de pedir o número do telefone da entrevistadora.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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