Dois dias depois de fazer sua segunda explosão atômica, a Coreia do Norte ameaçou abandonar o cessar-fogo da Guerra da Coreia, que terminou há 56 anos, e atacar a Coreia do Sul.
O governo comunista de Pionguiangue, última ditadura stalinista remanescente 20 anos depois da queda do Muro de Berlim, também reativou um reator nuclear capaz de produzir urânio enriquecido e plutônio para armas nucleares.
Na televisão norte-coreana, as Forças Armadas estão em pé de guerra, disparando mísseis e avançando rumo ao combate contra seus inimigos históricos.
Em tom de desafio, o noticiário adverte que qualquer tentativa de interceptar ou revistar navios da Coreia do Norte será considerada um ato de guerra. Depois da explosão nuclear, a Coreia do Sul anunciou a adesão ao patrulhamento naval que os Estados Unidos fazem na região para impedir o contrabando de armas de destruição para o país vizinho.
Mesmo sem armas nucleares, o Norte pode arrasar a capital sul-coreana, Seul, que fica a apenas 35 quilômetros da fronteira, usando forças convencionais.
O Ministério da Defesa sul-coreano prometeu uma resposta dura em caso de agressão. Mas, na zona desmilitarizada entre os dois países, não há sinais de guerra.
Em Washington, a secretário de Estado, Hillary Clinton, reafirmou o compromisso dos EUA com a defesa da Coreia do Sul e do Japão, dois países que a Coreia do Norte acusa de terem governos-fantoches dos americanos. Hillary insistiu para que o governo de Pionguiangue volte às negociações para desnuclearizar a Península Coreana, e advertiu que o teste nuclear terá consequências.
Mas, em Moscou, Serguei Lavrov, ministro do Exterior da Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, observou que não faz sentido punir o regime stalinista de Pionguiangue simplesmente para punir.
Para a Rússia, mais importante é a retomada das negociações hexapartites (Coreia do Norte, Coreia do Sul, China, EUA, Japão e Rússia) para desarmar no programa nuclear norte-coreano.
Analistas militares acreditam que a Coreia do Norte esteja blefando. Mas temem que o clima de tensão leve a um incidente armado capaz de agravar ainda mais uma situação crítica.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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