sexta-feira, 22 de março de 2024

Hoje na História do Mundo: 22 de Março

MASSACRE DE JAMESTOWN

    Em 1622, o cacique Opechancanough lidera um ataque-surpresa das tribos da Confederação Powhatan contra Jamestown, capital da colônia da Virgínia, e massacra 347 pessoas, um quarto da população dos colonos.

Jamestown, fundada em 14 de maio de 1607, é o primeiro assentamento inglês na América. É um empreendimento privado da Virginia Company com uma carta régia de Jaime I, da Inglaterra, para criar a empresa. Na época, toda a costa atlântica ao norte da Flórida é chamada de Virgínia, uma homenagem à rainha Elizabeth I, da Inglaterra, a Rainha Virgem, que não teve filhos. Sabia que um marido minaria seu poder.

As relações com os nativos inicialmente variam entre amizade e hostilidade. Na Primeira Guerra Powhatan (1609-14), o cacique Pownhatan tenta expulsar os europeus com a fome. Entre 1609 e 1611, a colônia quase é abandonada.

 Com a introdução da cultura do tabaco, a partir de 1613, a colônia começa a prosperar. John Rolfe, o pioneiro da produção de tabaco, casa com a princesa Pocahontas, filha do cacique.

No verão de 1619, a colônia cria o primeiro governo representativo na América, com a eleição de uma Assembleia Geral de 22 burgueses e seis indicados pela companhia. Só os homens com propriedades têm direito de voto.

É em Jamestown que chegam os primeiros escravos africanos ao que hoje é os EUA. Em 20 de agosto de 1619, 20 dos 50 angolanos de um navio negreiro português atacado por dois navios piratas ingleses são vendidos em Jamestown. É o marco do início da escravidão no país.

Em 1620, a expansão da área agrícola para produzir tabaco e a infiltração dos colonos em regiões de caça dos indígenas provocam atritos na região da Baía de Chesapeke que explodem em 1622.

Os powhatans chegam desarmados a Jamestown, com veados, perus, frutas, peixes e outros mantimentos como se fossem para vender. Pegam todas as ferramentas e armas disponíveis e matam todos os colonos europeus, homens, mulheres e crianças de todas as idades. É o início da Segunda Guerra Powhatan (1622-32).

Na Terceira Guerra Powhatan (1644-46), Opechancanough é capturado e morto. Uma linha divisória, uma fronteira, é traçada entre a colônia e as terras indígenas. Exige autorização para ser cruzada.

LEI DO SELO

    Em 1765, o Parlamento Britânico aprova uma lei para recuperar as finanças do Reino Unido, pagar as dívidas e defender os territórios tomados da França na Guerra dos Sete Anos (1756-63).

A Lei do Selo cria um imposto direto sobre todos os materiais impressos para uso legal ou comercial nas colônias britânicas na América do Norte, de jornais e panfletos a cartas de jogar.

Os colonos já pagam tarifas mais altas para importar têxteis, vinho, café e açúcar, por força da Lei do Açúcar (1764). A Lei da Moeda (1764) causa forte queda no valor do papel moeda usado nas colônias. A Lei do Aquartelamento (1765) obriga os colonos a dar casa e comida aos soldados britânicos em caso de necessidade.

Como haviam pago um preço alto em vidas e recursos durante a guerra, os colonos estão convencidos que já deram sua cota de sacrifício ao Império Britânico. Como não têm direito de voto no Parlamento de Westminster, articulam o movimento "Não à taxação sem representação." 

Em outubro de 1765, nove das 13 colônias mandam delegados para o Congresso da Lei do Selo, que produz a Declaração de Direitos e Reclamações. Sob pressão, o governo revoga a lei no ano seguinte. Mas a semente da rebeldia e da liberdade estava plantada. Em 4 de julho de 1776, os EUA declararam a independência, reconhecida em 1783 pelo Reino Unido e a França.

LIGA ÁRABE

    Em 1945, a Arábia Saudita, o Egito, o Iêmen, o Iraque, o Líbano, a Síria e a Transjordânia (hoje Jordânia) fundam no Cairo a Liga Árabe, a organização regional dos países árabes e do pan-arabismo.

Desde então, entraram a Líbia (1953), o Sudão (1956), o Marrocos e a Tunísia (1958), o Kuwait (1961), a Argélia (1962), o Catar, os Emirados Árabes Unidos e Omã (1971), a Mauritânia (1973), a Somália (1974), a Organização para a Libertação da Palestina (1976), Djibúti (1977) e as Ilhas Comores (1993).

Os objetivos são fortalecer a cooperação em programas econômicos, políticos, sociais e culturais, e mediar conflitos entre os países árabes e com outros países. Cada país-membro tem um voto no Conselho da Liga. As decisões só são obrigatórias para quem vota a favor. 

ISRAEL MATA LÍDER DO HAMAS

    Em 2004, a Força Aérea de Israel mata com um ataque de míssil terra-ar na Cidade de Gaza o fundador e líder do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), xeique Ahmed Yassin.

Ahmed Yassin Hassan Yassin nasce em Al-Jure, na Faixa de Gaza, em 1º de janeiro de 1937, ainda na época do mandato britânico sobre a Palestina. Quando estuda no Cairo, a capital do Egito, entra em contato com a Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico, fundado em 1928 no Egito por Hassan al-Bana.

O Hamas é filho da Irmandade Muçulmana. Nasce em 10 de dezembro de 1987, no início da Primeira Intifada, a revolta 

RÚSSIA APOIA TRUMP

    Em 2019, o procurador especial Robert Mueller entrega ao procurador-geral e ministro da Justiça dos Estados Unidos, William Barr, seu relatório concluindo que a Rússia "interferiu sistemática e amplamente na eleição presidencial de 2016" para apoiar Donald Trump e declara que, "embora este relatório não conclua que o presidente cometeu crime, também não o exonera."

Mueller, ex-diretor do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal norte-americana, constata a interferência da Rússia, especialmente através de uma fábrica de mentiras do GRU (Departamento Central de Inteligência), o serviço de espionagem militar da Rússia, em São Petersburgo, e descobre contatos de membros da campanha de Trump com funcionários e espiões russos, mas não consegue provar que houve conluio entre a campanha de Trump e a Rússia. 

O Departamento da Justiça divulga uma versão editada do relatório como uma "medida protetiva" com base nos privilégios do presidente.

Durante as investigações, num encontro com o ditador russo, Vladimir Putin, o então presidente Trump declarou que acreditava nas palavras de Putin de que não houve interferência, contrariando as conclusões dos serviços de inteligência dos EUA.

Trump simpatiza com Putin, ameaça não defender países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a bancada trumpista na Câmara dos Representantes não aprova há meses um pedido de ajuda militar de US$ 61 bilhões à Ucrânia. 

O primeiro-ministro de extrema direita da Hungria, Viktor Orbán, maior aliado de Putin na União Europeia (UE), saiu de um encontro com Trump dizendo que, se for reeleito, Trump não dará um centavo a mais à Ucrânia. O ex-presidente já anunciou que pode dar empréstimos a juro zero, mas a Ucrânia terá de pagar pelas armas.

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